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A GUERRA CELESTIAL DE SHURATO

Estamos falando de Tenkū Senki Shurato (天空戦記シュラト/A Guerra Celestial de Shurato), uma série de mangá e anime criada por Hiroshi Kawamoto.

 

Shurato (シュラト), como simplesmente ficou conhecido em terras tupiniquins (Brasil), mostram as tentativas dos deuses de Asura em dominar o Mundo Celestial. Shurato, o personagem principal, foi trazido para o campo de batalha e se torna um membro dos Oito Guardiões do Povo de Deva para lutar para resgatar a deusa Vishnu. Tanto no mangá quanto no anime, Asura é representado por Indra, cujos subordinados enfrentam Shurato e seus companheiros em diversas ocasiões ao decorrer da trama.

 

O mangá de Shurato começou a ser publicado no final da década de 1980 na magazine Shōnen King, da revista Shōnen Gahosha, e foi animado pelos estúdios da Tatsunoko Productions. Estreou na TV Tokyo em 6 de abril de 1989 e continuou até 18 de janeiro de 1990, gerando 38 episódios, ainda que seu final só tenha sido mostrado no OVA autointitulado de 1991. O anime foi tão bem produzido que utilizaram técnicas que na época só eram usadas em longas-metragens. Algumas edições internacionais do anime foram feitas, mas os países em que obteve maior sucesso foram Japão, França e Brasil.

 

Em 1996, a série foi trazida para o Brasil através da Tikara Filmes, de Toshihiko Egashira, e exibida na extinta Rede Manchete. O anime veio tentando pegar carona no sucesso que Os Cavaleiros do Zodíaco havia conseguido.

 

De fato, Shurato seria a última série de anime envolvendo armaduras e mitologias, chamado por alguns de sub-gênero "spirit". Ainda assim é tido como um dos precursores do henshin e como a maior inspiração para Guerreiras Mágicas de Rayearth, cujas criadoras eram grandes fãs da série. Elas também renderam uma segunda homenagem com um doujinshi de Shurato intitulado Tenku Senki Shurato Original Memory (Muma), em 1990.

Partindo agora para uma breve Sinopse:

 

“Shurato Hidaka e Gai Kuroki são dois melhores amigos de infância e opostos um do outro em aparência e personalidade. Enquanto lutavam um contra o outro na final de um torneio de artes marciais, eles são subitamente encobertos por uma misteriosa luz e transportados para um lugar paralelo, o Mundo Celestial, onde a tecnologia moderna não existe e, ao invés disso, as pessoas dependem de seus Souma, uma forma de energia espiritual.

 

Assim que acorda neste novo ambiente, Shurato conhece Rakesh, que se diz apaixonada por ele. Não demora muito e também encontra Gai, vestido com uma estranha armadura (a qual é conhecida como Shakti) e disposto a matá-lo. Na luta ele encontra um pequeno artefato em forma de leão, que se transforma em sua armadura. É salvo pela aparição de Leiga (Rei Karla), que leva Rakesh e Shurato para junto de Vishnu, que por sua vez, revela a nosso herói que na verdade ele é a reencarnação de um antigo rei guerreiro, e um dos Hachibushu, Oito Guardiões Divinos do Povo de Deva, guerreiros lendários com alta quantidade de Souma.

Juntos, Shurato e Gai foram trazidos para aquele mundo para lutar contra os deuses de Asura, uma legião de guerreiros destrutivos. Entretanto, por razões desconhecidas, Gai tenta matar Shurato repetidas vezes, sendo que outrora Gai era um pacifista e a pessoa com mais compaixão que Shurato conhecera.

 

Não aceitando todas estas informações, Shurato pensava apenas em como encontrar Gai e voltar ao seu mundo, mas seus planos são alterados ao testemunhar uma traição a Vishnu. Mestre Indra, seu maior discípulo, a transforma em pedra.

Ajudado pela última fração do poder de Vishnu, Shurato, Hyuuga (Rei Celestial) e Rakesh fogem do palácio. Indra acusa-os de ter petrificado Vishnu e juntos deverão provar sua inocência e trazer a vida novamente a Vishnu. Depois que descobrem que Indra é o verdadeiro traidor, Ryouma e Leiga se juntam a eles, já os demais guardiões são enganados pelo falso comandante e acabam lutando com seus companheiros.”

Os 8 Guardiões Celestiais (em japonês: 八部衆, Hachibushū) são considerados os mais fortes dentre toda a força celestial de Deva. São compostos por 8 guerreiros que trajam Shaktis, que são uma espécie de armadura que pode se transformar tanto numa proteção corporal, como num veículo de locomoção. Os oito guardiões são: Shurato (Rei Shura), Gai (Rei Yasha), Leiga (Rei Karla), Ryuma (Rei Dragão), Hyoga (Rei Celestial), Lengue (Rainha Nahla), Kennya (Rei Dappa), Dan (Rei Hiba).
Shurato tem como base as mitologias budista e hinduísta, seguindo quase que a risca a hindu. Nela, o universo divide-se em seis mundos, dos quais fazem parte o Mundo dos Ashuras ("Asura" em japonês e "Ashuras" em indiano, traduzido erroneamente como "Asra" aqui no Brasil), Mundo dos Homens ("Chikyū") e o Mundo dos Deuses ("Tenkūkai"), este último sendo o Mundo Celestial. Os três deuses maiores do hinduísmo são Shiva, um deus tanto criador quanto destruidor e que no mangá foi apresentado como o vilão supremo; Brahma, deus criador que em Shurato morreu na batalha celestial há 10.000 anos atrás. E o mesmo motiva uma busca por seu shakti a fim de encontrar um sucessor; e Vishnu, deus protetor do universo, no mangá representado em uma forma feminina, inspirada na forma como esse deus foi originalmente recebido no Japão.Indra é pai dos deuses e senhor do tempo e clima, na história é o segundo em comando, abaixo de Vishnu, e a trai transformando-a em pedra. Os Hachibushu (japonês para Oito Guardiões Mágicos) na mitologia, protegem os budistas e mantém a harmonia no universo e, no mangá, são representados pelos Oito Guardiões.

O anime surgiu no Japão na época em que Os Cavaleiros do Zodíaco, da Toei Animation, estava em seu auge e produtoras concorrentes faziam sucesso lançando séries seguindo o mesmo padrão, como Samurai Warriors da Sunrise. Logo puseram no mercado um produto que tentasse pegar carona na preferência dos fãs de anime. Shurato foi um deles e justamente por isto carrega muitas semelhanças com seu "irmão de armadura".
 

Shurato teve 2 canções de abertura, "Shining Soul" e "Truth", e 2 canções de encerramento, "Sabaku no meizu" e "Kyaraban", todas interpretadas por Satoko Shimizu. Já no Brasil, apenas a primeira canção de abertura e de encerramento foram adaptadas para o português em versões que fãs brasileiros colocam como uma das mais bem interpretadas dos animes, e foram interpretadas pela cantora Graça Cunha. O estúdio fez um trabalho tão bom, que chegou a trocar as músicas internas do anime pela versão dublada, o que raramente é feito e serviu para acentuar a carga dramática das cenas.

A Dublavídeo que até então possuía tradição maior com filmes se encarregou pela dublagem. A direção ficou a cargo de Leda Figueiró, que escalou vozes conhecidas dos animes para os personagens, tendo Marcelo Campos como Shurato. A dublagem de todos os 38 episódios da série foi finalizada em pouco mais de um mês.

 

A dublagem realizada é tida como um dos fatores do sucesso do anime no país, ainda mais pelo fato de ter sido fiel ao original e ainda introduziu uma nova prática ao traduzir os créditos do original japonês para o português, o que foi seguido por Yu Yu Hakusho e mais tarde por Dragon Ball Z.  Ainda assim, a dublagem modificou certos nomes no anime, traduzindo erroneamente o povo de Ashura como "povo de Asra", trocando o nome do deus Brahma para Brafma para que ele não ficasse com o mesmo nome de uma popular cerveja do país, adaptando Leiga o Rei Garuda (Karura Oh), referente a uma ave da mitologia hindu similar a uma Fênix, para o Rei "Karla" e modificando do nome do personagem Kuuya (o Rei Dappa) para "Kennya".


Em suma, Shurato é um excelente mangá e um esplêndido anime. Shurato marcou uma geração e conquistou uma legião de fãs ao redor do mundo. Sendo assim, nós indicamos a você caro leitor que assista e de sua opinião.

 

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Até a próxima!

Tio Lon abrindo o baú, e colocando o VHS no vídeo cassete empoeirado.  
Enxugando as lagrimas nerd.....
Agradecimento a Heloísa Pantoja Thomeu, pela colaboração na edição do texto.
heloisapantoja@gmail.com

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